No Piauí, 5.663 mil professores da rede pública do ensino básico que atuam na pré-escola não têm formação específica na área, regra básica para exercer a profissão. Ainda assim, continuam em sala de aula da educação infantil. O número representa 95,1% dos 5.955 professores que atuam na pré-escola no Estado, de acordo com o Censo Escolar do Ministério da Educação (MEC) atualizado em janeiro deste ano. Apenas 4,9%, ou seja, 292 tem curso superior.
A situação contraria o que estipula a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) do MEC. Pela LDB, de 1996, o Brasil deveria ter todos os seus professores de ensino fundamental e médio com curso superior, projeto de lei atualmente em tramitação no Congresso Nacional prorroga esse prazo por mais seis anos e estende a obrigatoriedade também para o ensino infantil.
Entretanto, o curso superior não é obrigatório no ensino infantil, mas o Plano Nacional de Educação (PNE), de 2001, tinha como meta que 70% dos professores dessa etapa conseguissem o diploma no prazo de dez anos. A educação infantil é de responsabilidade dos municípios que também podem definir políticas públicas de formação para os professores.
Em nota, a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), informou que a presença de "professores leigos" em sala de aula é grave, mesmo em etapas iniciais como a educação infantil. Segundo a entidade, a creche e a pré-escola são espaços importantes para as crianças terem acessos a normas da socialização, da vida em grupo.
O número de professores que lecionam no ensino básico sem diploma de curso superior aumentou entre 2007 e 2009 no país, segundo o Censo Escolar. Atualmente, os professores sem curso superior somam 636 mil nos ensinos infantil, fundamental e médio, o que representa 32% do total. Em 2007, eram 594 mil.
A Bahia é o Estado com o maior número de professores que lecionam sem diploma: eles eram 101 mil em 2009, dois terços do total. Mas mesmo em São Paulo ainda há 2.025 docentes sem diploma atuando no ensino médio, teoricamente, a etapa do ensino com mais conhecimentos específicos, como matemática e física, que mais exige uma formação superior.
Já o MEC informou ao O DIA que o principal motivo de os índices de professores com formação superior não terem crescido está no aumento da grande demanda sem diploma na educação infantil, etapa do ensino cuja oferta teve maior aumento em todos os estados nos últimos oito anos.
O Ministério informou ainda que o Governo Federal, em parceria com Estados e universidades, tem um programa de ensino a distância para professores, além de créditos e bolsas para os docentes que entram na faculdade. Atualmente, a maior aposta do governo federal está no Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica. A intenção é formar, nos próximos cinco anos, 330 mil professores que atuam na educação básica e ainda não são graduados.
O MEC informou ainda que 381.214 docentes da educação básica estão matriculados em cursos de graduação. O número resulta do cruzamento de dados do censo dos professores da educação básica com o censo dos estudantes da educação superior de 2009. Para não haver dupla contagem, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) fez o cruzamento usando o CPF dos educadores.
Dos 381.214 professores matriculados na educação superior, 206.610 fazem cursos presenciais e 174.604, educação a distância. Mais de 50% dos educadores estão em cursos de pedagogia 192.965, seguido de letras (44.754), matemática (19.361) e história (14.478). Ainda de acordo com o MEC, fora das licenciaturas, o cruzamento dos censos revela que os cursos preferidos são direito, com 8.891 matrículas, administração (5.809) e serviço social (4.259), mas há também professores nas engenharias, na psicologia, entre outros.
Fonte: http://www.cidadesnanet.com
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